Reflexões sobre a Evolução Tecnológica e o Aprendizado Contínuo

Ao longo da minha carreira, tive a oportunidade de acompanhar uma evolução tecnológica fascinante. Programei computadores IBM/3 utilizando linguagens como Cobol, RPG2, Fortran, C e C+. Meu primeiro PC tinha um HD que era uma fita K7, e sobrevive à internet com uma conexão de 150 bps. O primeiro processador de textos que utilizei era capaz de criar cartas com 32 kbytes, um espaço que hoje é menor do que um simples emoji. Meu monitor exibia 24 linhas com 80 colunas, apenas caracteres verdes e sem ambiente gráfico. Lembro do meu primeiro disquete de 8″, passando pelos disquetes de 5 e 1/4″, 3 e 1/2″, até chegar aos pendrives e, mais recentemente, à nuvem.
Naquela época, circulares internas eram copiadas em papel carbono, e hoje, qualquer um pode agendar reuniões por aplicativos, convocando metade da empresa. Os desenhos na engenharia eram feitos em pranchetas com tinta nankin, corrigidos com lâminas de Gillette, enquanto hoje realizo o P&ID em meu notebook. As inspeções de clientes eram feitas por telegrama, e vi o fax ser implantado, com muitos duvidando de sua confiabilidade. A internet estava apenas começando, e meu contrato com o Terra tinha apenas dois dígitos.
Lembro-me das câmeras que capturavam sequências de fotos, enquanto o equivalente ao WhatsApp da época era o PowWow. Meu celular Tijorola parecia mais uma arma do que um telefone. O primeiro controlador de processo com que tive contato utilizava componentes mecânicos para o PID, e o primeiro computador de vazão que vi era baseado em eletrônica analógica, com parametrização feita por chaves físicas. Participei de projetos de telemetria que utilizavam linha telefônica discada, depois rádio, fibra óptica e, mais recentemente, tecnologia wireless. Hoje, a inteligência artificial já é capaz de me ajudar a decidir até qual cueca comprar online.
Entender essa evolução é, sem dúvida, fascinante. A humanidade nunca avançou tanto, e eu tive o privilégio de acompanhar isso. O que nos espera nos próximos 10 anos será ainda mais surpreendente. Tenho medo da tecnologia? De maneira alguma! Aprendi com meu mestre Claudio Makarovsky que o aprendizado deve ser contínuo. Aprendo ao dar aulas (perdão, professor não dá, professor ministra). Aprendo em reuniões com clientes, com os operadores da planta, em aeroportos e até mesmo no banheiro! Ficamos ultrapassados quando perdemos a vontade de aprender. Sou grato por ser engenheiro e por estar sempre aprendendo, vivendo essa incrível jornada!

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