Os Sinais de Alerta nos Sistemas de Medição de Vazão
A famosa frase “Quando ficar rico não falarei nada, mas haverá sinais” pode ser aplicada aos computadores de vazão, que também emitem sinais, geralmente alertando para problemas que podem resultar em perdas financeiras. Para evitar prejuízos, é crucial realizar análises críticas periódicas, preferencialmente diárias, dos logs de alarmes e eventos.
Um caso real ilustra bem essa necessidade: em um sistema de medição com placa de orifício, os logs indicavam pressões diferenciais de 0,5 a 1,5 kPa. Além disso, os alarmes sinalizavam um número de Reynolds muito baixo, fora dos limites previstos pelos algoritmos. Ao investigar a calibração do transmissor de pressão diferencial, foi constatado que havia sido feita a 50 kPa, enquanto o sistema operava com pressões diferenciais muito mais baixas.
O cálculo de incerteza considerado foi baseado em uma faixa operacional de pouco menos de 350 km³/dia, um problema que surgiu devido à ausência do projeto da placa de orifício. Ao realizar uma engenharia reversa da placa, verificou-se que, dado o diâmetro da linha e do orifício, a capacidade máxima era de 805 km³/dia. Isso explica as leituras de pressão diferencial tão baixas.
Esse cenário revela um sistema de alta vazão em operação, com uma incerteza significativa, resultando em um risco de mais de R$ 500 mil por ano. Apesar de muitos acreditarem que a calibração é o aspecto mais crítico, o que realmente importa, em termos de risco, é a gestão eficaz das medições.